Um dos alvos da 19ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada nesta quarta-feira (25), pela Polícia Federal, é Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Leo Índio, primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro . A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal, tem o objetivo de identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.
No dia dos atos de vandalismo contra os prédios dos três poderes, Leo Índio registrou sua participação nas redes sociais com uma foto na rampa do Congresso Nacional. Após a repercussão negativa, chegou a editar a legenda da publicação, explicando sua presença em Brasília naquela data.
“Quem tem histórico de destruir patrimônio público é a esquerda. Focarão no vandalismo, certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogênio disparado pelas forças de segurança, que não focaram nos focos de destruição, jogaram em todos os manifestantes. Busquem os verdadeiros vândalos e também os covardes mascarados e fantasiados de patriotas”, escreveu, na ocasião, no Instagram.
Esta é a segunda vez que o primo dos filhos do ex-presidente é alvo da Lesa Pátria. Em janeiro, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca contra ele.
Trajetória de Leo Índio
Leonardo Rodrigues de Jesus é sobrinho de Rogéria Nantes Braga, primeira mulher de Bolsonaro e mãe de Flávio, Eduardo e Carlos.
Durante a campanha presidencial de 2018, que culminou na eleição de Bolsonaro, Leo era visto com frequência em vídeos gravados pelo então candidato à presidência. No início do governo, Leo Índio ia ao Palácio do Planalto com regularidade. Ele chegou a ir 58 vezes nos primeiros 45 dias de gestão Bolsonaro.
Entre 2019 e 2020 foi nomeado assessor parlamentar do senador Chico Rodrigues (União-RR). Leo Índioi acabou pedindo exoneração após o parlamentar ter sido flagrado com R$ 30 mil na cueca. Na ocasião, de acordo com investigação da Polícia Federal, o dinheiro era proveniente de desvio de recursos da Saúde durante a pandemia.
Em 2021, o primo dos filhos do ex-presidente foi nomeado auxiliar administrativo júnior na liderança do PL no Senado. Ele foi exonerado por ficar um longo período sem aparecer para trabalhar.
Leo Índio concorreu pelo PL nas eleições para a Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, no entanto, não foi eleito. Ele fez 1801 votos. Na ocasião, o primo dos filhos de Bolsonaro, que não tem o sobrenome do ex-presidente, se apresentava como o "Leo Bolsonaro".
Leo Índio também é alvo de um inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar as manifestações bolsonaristas de 7 de setembro de 2021.