O relatório da análise de imagens das câmeras do aeroporto de Roma, que registraram suposta agressão ao filho do ministro Alexandre de Moraes, foi enviado pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal (STF) nesta quarta-feira (4). As imagens foram compartilhadas por autoridades italianas para cooperar com inquérito que investiga hostilidades ao ministro.
A conclusão dos policiais federais foi de que o empresário Roberto Mantovani "aparentemente" bateu com "hostilidade" no rosto de Alexandre Barci, filho do ministro. Segundo análise, Barci conseguiu se esquivar parcialmente. As informações são do Estadão.
“Após ter afrontado Barci, impulsionando seu corpo contra este, que estava de óculos, Roberto levantou a mão e, aparentemente, chegou a bater no rosto da vítima, que teve óculos deslocados (ou caídos no rosto)”, diz documento da PF.
Segundo o órgão, a mulher do empresário, Andreia Munarão, teria provocado a confusão. “Ela própria, desde que vira o ministro, passou a apresentar uma postura visivelmente hostil, com gestos, projeções corporais e expressões faciais, com aparentes gritos, que levam a concluir ter sido ela a provocadora de toda a confusão”, diz trecho do relatório.
O relatório analisa cada frame do vídeo. Como as imagens não têm som, os investigadores analisaram cuidadosamente expressões corporais e reações das pessoas no aeroporto. O caso aconteceu em julho. A íntegra das filmagens não foi liberada.
A PF afirma que os vídeos desmontam a versão defendida pelo casal em depoimento. Roberto Mantovani narrou, durante oitiva, que a discussão teria começado após filho de Alexandre de Moraes ofender e assediar Andreia.
No entanto, a o relatório aponta que o ministro e seus familiares chegaram na sala vip de embarque "sem fazer qualquer alarde". A discussão teria sido desencadeada pela "atitude hostil e agressiva" do casal. Segundo a PF, Andreia "aparentemente implicou" com a presença de Moraes.
Ministro afirmou que foi chamado de "comunista", "bandido", "comprado", e "fraudador de urnas" quando abriu a notícia-crime contra os suspeitos.
O que diz a Defesa
— Me parece contraditório o sigilo das imagens do aeroporto e, no mesmo passo, a divulgação de um relatório que contém as mesmas imagens, aquelas selecionadas pela PF —afirma o criminalista Ralph Tortima Filho, que representa Roberto Mantovani.