A Polícia Civil de Agudo, na Região Central, concluiu o inquérito referente a Operação Patrulha de Ouro, que investigou crimes como fraude de licitação e compra de votos na eleição municipal de 2020. Nove pessoas foram indiciadas ao total, sendo quatro por crime licitatório e sete por crime eleitoral. Dois candidatos e cinco eleitores foram indiciados por esse último. Segundo apurado na investigação, houve desvio de finalidade na prestação de serviços na chamada Patrulha Agrícola.
As investigações foram realizadas em conjunto com o Ministério Público. O inquérito foi concluído com mais de 2,5 mil páginas. Mais de 50 pessoas foram ouvidas e ordens judiciais como mandados de busca e apreensão e interceptação telefônica foram cumpridas.
Foi constatado na investigação que duas empresas que venceram a licitação para o serviço da Patrulha Agrícola não tinham o maquinário necessário para prestar o serviço. Com isso, eles contrataram uma terceira empresa, de propriedade de um vereador da cidade, que não poderia realizar o trabalho e nem participar do processo justamente pela sua função de parlamentar.
Conforme a Polícia Civil, com isso "verificou-se vínculo pessoal e partidário entre os proprietários das empresas e que a companhia subcontratada fazia, de fato, todo o serviço, por meio de funcionários próprios, com fiscalização e cobrança de valores pessoalmente pelo sócio, então vereador, o qual agia como verdadeiro vencedor dos procedimentos licitatórios, fraudando o caráter competitivo da licitação."
Quanto ao crime eleitoral, a investigação chegou a promessas e oferecimentos de vantagens como emprego, passagens e vale-combustível em troca de votos.
Os indiciados têm entre 28 e 54 anos. Os nomes não foram divulgados pela Polícia Civil.