A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) deflagraram a Operação Patrulha do Ouro, na manhã desta quinta-feira (26), em Agudo, na Região Central. O objetivo foi buscar provas sobre possíveis crimes eleitorais cometidos no município.
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em residências e empresas do município.
As ordens judiciais foram expedidas pela 119ª Zona Eleitoral para apurar irregularidades como fraude em licitação, captação ilícita de sufrágio — que é compra de votos —, abuso de poder econômico, corrupção eleitoral e associação criminosa. Foram apreendidos celulares, documentos e anotações.
Segundo o delegado Regional da Polícia Civil, Sandro Meinerz, um grupo político ligado a um atual vereador, que foi candidato a prefeito, é o principal investigado. Eles teriam usado uma empresa de fachada para vencer licitação da prefeitura e beneficiar a empresa do parlamentar.
A firma do vereador não pode participar de licitação por ele ser agente público. A vencedora do processo não tinha estrutura, e então, supostamente, alugava o maquinário da empresa do político para realizar o serviço de patrulha agrícola.
A Polícia Civil e o MP não divulgaram os nomes, mas GZH apurou que o vereador investigado é Rui Milbradt, do Progressistas, que ficou em segundo lugar na eleição. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do político até a publicação desta matéria.
Além dele, há também um vereador eleito para a próxima legislatura entre os investigados e outros políticos. Conforme Meinerz, ainda não é possível confirmar como era a atuação do grupo para compra de votos, mas tudo girava em torno da licitação com a empresa de fachada.
— A gente está em uma fase de análises agora, fizemos as apreensões, e aí vamos conseguir constatar se, efetivamente, isso que estamos buscando está dentro desses materiais. Como funcionava o esquema, quem eram os beneficiários dessa patrulha, como era feito isso, tudo ainda está sendo investigado — afirma Meinerz.
OPERAÇÃO ESPINHOS
Uma ação parecida foi realizada na terça-feira (25), também na Região Central, mas no município de São Francisco de Assis. A Operação Espinhos cumpriu cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela 79ª Zona Eleitoral.
A investigação apura crimes ocorridos na eleição como compra de votos, abuso de poder econômico, corrupção eleitoral ativa e passiva, associação criminosa e transporte de eleitores no dia da votação. Foram apreendidos celulares, documentos, anotações e HD's externos.
Conforme o promotor eleitoral Vinícius Cassol, os investigados teriam prometido ou efetivado o pagamento de despesas, fornecimento de combustível e entrega de cestas básicas da Secretaria de Desenvolvimento Social. Segundo estimativa do promotor, houve um aumento de 40% na doação de cestas entre setembro a novembro, comparado com o período de início da pandemia, entre março e agosto.