O Tribunal do Júri condenou, nesta quinta-feira (6), Servo Tomé da Rosa, 69 anos, a 33 anos de prisão pelo feminicídio da sua ex-companheira, Heide Juçara Priebe, 63. O crime aconteceu em 8 de julho do ano passado em em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo.
A pena ficou em 33 anos, um mês e 20 dias de prisão em regime fechado. Conduzido pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, o julgamento iniciou às 13h15min desta quinta e encerrou por volta das 17h40min. Além de homicídio triplamente qualificado, o homem respondeu pelos crimes de perseguição e invasão de domicílio. A pena ficou em 33 anos, um mês e 20 dias de prisão em regime fechado.
A magistrada manteve a qualificadora do feminicídio na sentença porque o acusado teria agido contra a ex-companheira por razões da condição de sexo feminino, envolvendo violência doméstica e familiar. Os jurados analisaram também a qualificadora do motivo torpe.
A denúncia do Ministério Público (MP) aponta que o réu teria praticado os delitos pela inconformidade com o rompimento da relação amorosa. A terceira qualificadora foi o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, já que o acusado teria efetuado os disparos num momento em que a vítima não imaginava que ele estivesse próximo, impossibilitando sua defesa.
Sobre o crime
Na sexta-feira, 8 de julho de 2022, Heide saiu do trabalho e pretendia buscar a neta na escola. Ela caminhava pela Travessa Tenente Barbosa, na área central, para embarcar no carro, quando passou a ser perseguida pelo ex.
O crime foi registrado por uma câmera de segurança. O homem, armado com um revólver de calibre 22, disparou contra a vítima na rua. A mulher ainda tentou usar uma bolsa para se defender, mas foi atingida uma segunda vez. Heide chegou a ser socorrida e hospitalizada, mas um dos tiros perfurou o pulmão, e causou a morte dela.
Segundo a denúncia do MP, entre janeiro e julho de 2022, o réu teria perseguido e ameaçado a mulher pessoalmente e pelas redes sociais. Heidi obteve a medida protetiva contra o ex-companheiro três dias antes de ser assassinada.
O homem foi preso em flagrante e está em prisão preventiva desde a data do crime. Na casa do réu, foram apreendidos pela polícia um caderno com anotações sobre o crime, fotos e diálogos apurados em aplicativos de mensagens.
Procurado por GZH, o defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior, que representa Servo Tomé da Rosa, disse que respeita a decisão dos jurados e que vai recorrer da sentença.
— Todos os acusados no processo penal têm direito ao duplo grau de jurisdição, razão pela qual provavelmente iremos recorrer para assegurar esse direito.