Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), movimentou R$ 3,7 milhões entre julho de 2022 e maio de 2023, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro. Militar, que está preso, é investigado pela Polícia Federal por participar supostas fraudes em cartões de vacina e ter envolvimento em atividades golpistas. As informações são do g1.
Segundo o jornal O Globo, o Coaf aponta que as contas de Cid têm indícios de “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente” e “transferências unilaterais que, pela habitualidade e valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade”.
O militar recebe mensalmente uma remuneração de R$ 26.239, e no período entre 26 de julho de 2022 a 25 de janeiro de 2023, Cid registrou operações de R$ 1,4 milhão em débitos e R$ 1,8 milhão em créditos.
A defesa de Cid, Bernardo Fenelon, afirma que "todas as movimentações financeiras do tenente-coronel, inclusive aquelas referentes a transferências internacionais, são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal".
As operações
Entre as operações de Cid, está o envio de R$ 367.374, em 12 de janeiro de 2023, aos Estados Unidos, data em que Cid e Bolsonaro se encontravam lá. Outras transações que chamaram a atenção do órgão estão relacionadas a quatro pessoas: um “caixeiro viajante”, um “ourives”, um tio de sua esposa e o sargento Luis Marcos dos Reis, que foi seu subordinado e também é investigado pela PF.
Investigação
A Polícia Federal está buscando rastrear o dinheiro movimentado nas contas de Cid. Uma das linhas da investigação apura se existia algum esquema de pagamento de despesas pessoais por meio de recursos públicos coordenado pelo ex-ajudante de ordens para o então presidente Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Prisão
Desde o dia 3 de maio, Mauro Cid está preso preventivamente em um batalhão do Exército. Ele foi alvo de uma operação da PF que investiga supostas fraudes no cartão de vacinação do ex-presidente e de pessoas ligadas a ele. Cid era responsável por cuidar das contas pessoais de Bolsonaro e seus familiares em razão da sua atribuição como ajudante de ordens.