O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi questionado, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (29), sobre os motivos para o governo federal e setores da esquerda brasileira não considerarem o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, como uma ditadura. Lula afirmou que o país "tem mais eleições do que o Brasil".
— O conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto de democracia porque é a democracia que me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez. Por isso que eu gosto da democracia e a exercito na sua plenitude — disse.
— Nós não tivemos um cidadão aqui, um sabidinho, que não quis aceitar o resultado eleitoral? Nós não tivemos um cidadãozinho aqui que quis dar golpe no dia 8 de janeiro? Tem gente que não quer aceitar o resultado eleitoral (...) As pessoas precisam aprender a respeitar o resultado das eleições — afirmou Lula, sem citar nomes.
O chefe do Executivo também criticou a interferência externa em outros países, citando o caso da Venezuela e de Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente e foi reconhecido, à época, por diversas nações (o Brasil entre elas).
— O que não está correto é a interferência de um país dentro de outro país. O que fez o mundo, tentando eleger o Guaidó presidente da Venezuela, um cidadão que não tinha sido eleito... se a moda pega, não tem mais garantia na democracia e não tem mais garantia no mandato das pessoas. Quem quiser derrotar o Maduro, derrota nas próximas eleições. Agora vai ter eleições. Derrote. E assuma o poder — declarou.