Durante visita a Porto Alegre nesta quinta-feira (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar sobre a ação que pode torná-lo inelegível por oito anos e que terá julgamento retomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira.
Em conversa com jornalistas depois de almoçar e antes de visitar a Transposul, o político negou conhecer a minuta encontrada no celular de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, apreendido pela Polícia Federal e periciado. Segundo reportagem da revista Veja, o documento preveria decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que permite exclusivamente ao presidente da República convocar operação militar das Forças Armadas, em graves situações de perturbação da ordem.
— Não tive conhecimento (da minuta de golpe). Não existe golpe com respaldo jurídico. Golpe é pé na porta, é arma na cara, meu deus do céu. (...) Golpe tem de depor alguém, tirar daquela cadeira. (...) Estado de defesa, estado de sítio, (artigo) 142, GLO (Garantia de Lei e Ordem), tudo isso são remédios previstos na Constituição. Golpe não tem papel, tem fuzil. Dá pra entender isso? — afirmou o ex-presidente.
Em solo gaúcho, Bolsonaro ainda disse que não pretende deixar de "colaborar com o país" caso seja condenado e fique inelegível.
— Eu continuo vivo. Você não precisa estar na política para colaborar. Da minha parte, agradeço o carinho do povo. Eu continuo sendo o ex mais querido do Brasil — disse.
A agenda de Bolsonaro na Capital segue até sexta-feira (23), quando o político terá encontro partidário com o PL gaúcho e conversará com simpatizantes e filiados.
A ação contra Bolsonaro
A ação, que foi ajuizada pelo PDT, apura as responsabilidades do ex-presidente em reunião realizada no Palácio da Alvorada em 18 de julho do ano passado. Na ocasião, Bolsonaro fez uma série de ataques ao sistema eleitoral brasileiro diante de vários embaixadores estrangeiros. A minuta é considerada uma das provas da ação.