Em meio à pressão de partidos do centrão para trocar a chefia do Ministério da Saúde, a ministra Nísia Trindade afirmou, na manhã desta quarta-feira (21), que sua permanência no cargo é prerrogativa do presidente Lula (PT), mas que está tranquila em relação ao trabalho desempenhado. Nesta semana, Lula mandou a aliados a mensagem de que não tiraria Nísia do cargo “de jeito nenhum”.
— O cargo de Ministério da Saúde é de fato muito importante, mas tenho uma trajetória dedicada ao Sistema Único de Saúde e à democracia. Minha trajetória na (Fundação) Oswaldo Cruz, como o presidente Lula tem dito, foi o que o motivou a me chamar para esse cargo. Creio que, neste momento, aperfeiçoar as relações com o Poder Legislativo tenha que ser foco do governo, e tem sido. Isso, para mim, tem que ser o objetivo central. Com relação à permanência no cargo, é prerrogativa do presidente. Sou uma ministra de Estado, tenho uma trajetória voltada à defesa do Sistema Único de Saúde. Fico tranquila e feliz com a declaração do presidente Lula. E sempre estabelecerei diálogo com o Legislativo e todos os partidos, como tenho feito — afirmou em pergunta feita pela Rádio Gaúcha durante o programa Bom dia, Ministro, promovido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
O Ministério da Saúde tem um dos orçamentos mais altos da Esplanada, com cerca de R$ 190 bilhões previstos para este ano. Partidos do bloco conhecido como centrão, em especial o PP do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, vem pressionando o Planalto para trocar a chefia da pasta.
Lula demonstra resistência e afirma que a Saúde não está aberta para negociações, uma vez que Nísia Trindade é um nome técnico e de sua cota pessoal de escolhas. A atual ministra da Saúde é doutora em Sociologia, foi presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) durante a pandemia e tem alto respaldo da comunidade científica brasileira.