O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, nesta sexta-feira (30), a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos. Em Belo Horizonte, Bolsonaro afirmou que "não está morto" politicamente e que pensa em recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
À imprensa, o ex-presidente disse ainda que o Brasil está em "caminho bastante avançado" para se tornar uma ditadura, ainda que a decisão judicial tenha sido tomada de forma colegiada.
— Isso não é democracia — disparou, após a condenação.
Bolsonaro afirmou que foi condenado "pelo conjunto da obra" e que o TSE trabalhou contra ele inclusive durante o processo eleitoral.
— Acredito que hoje tenha sido a primeira condenação por abuso de poder político (...) Foi uma condenação sem crime de corrupção, mas tudo bem — seguiu.
O TSE julgou a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. Conforme o entendimento firmado pela Corte Eleitoral, o ex-presidente cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
— Acrescentar camadas de segurança é crime na questão eleitoral? É abuso de poder político defender algo que sempre defendi como parlamentar? — reclamou.
Bolsonaro garantiu que a direita brasileira seguirá seu próprio caminho, tendo ele como cabo eleitoral.
— Vamos continuar trabalhando (...) Não gostaria de me tornar inelegível. Hoje tomei uma facada nas costas com inelegibilidade por abuso de poder político — declarou.
O advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, representante do ex-presidente Bolsonaro, disse que avalia recorrer da decisão do TSE que condenou o ex-presidente à inelegibilidade por oito anos. Após a proclamação do resultado do julgamento, Carvalho disse que vai aguardar a publicação do acórdão, documento que reúne os votos proferidos por todos os ministros, para entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF).
— A defesa recebe com profundo respeito a decisão do tribunal e aguarda a publicação oficial dos votos para verificar qual a estratégia, inclusive recorrer ao STF — afirmou o advogado.