Depois de usar as últimas duas semanas para apresentar o diagnóstico e a proposta de reforma do IPE Saúde, o governo do Estado vai destinar os próximos dias para aprofundar a articulação política do projeto.
De acordo com o secretário Artur Lemos, chefe da Casa Civil, serão agendados encontros com representantes de servidores e de médicos para ouvir sugestões à proposta inicial. Deputados estaduais e bancadas da Assembleia Legislativa também serão chamados.
A ideia do Palácio Piratini é avançar ao máximo nas negociações antes de fechar a versão final do projeto e de enviá-lo para votação na Assembleia.
A Federação Sindical dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Fessergs) diz que ainda não foi chamada para reunião sobre o tema. A entidade é contrária à reforma apresentada pelo governo do Estado, sob o argumento de que a proposta vai ampliar os custos para servidores com baixos salários e inviabilizar a adesão deles ao plano.
Na última segunda-feira (17), o governador Eduardo Leite apresentou a proposta de reformulação da cobrança do IPE Saúde, com objetivo de reduzir o déficit mensal de R$ 36 milhões no plano.
Para aumentar a arrecadação, o projeto atual do Piratini prevê o aumento da contribuição dos servidores de 3,1% para 3,6% para adesão ao IPE. Ao mesmo tempo, cria um teto que limita esse desconto salarial considerando a idade do titular: para os mais jovens, o desconto máximo mensal seria de R$ 219 e, para quem tem 59 anos ou mais, de R$ 1.254,75.
O projeto do Piratini também prevê que o IPE passe a cobrar do servidor pela inclusão de dependentes. O custo para adesão de cada familiar, pela proposta, oscilaria entre R$ 49,28 (dependente mais jovem) e R$ 501,90 (dependente com 59 anos ou mais).
A proposta de reformulação do IPE deve ser enviada pelo governo à Assembleia no início de maio.