O presidente de Portugal, Marcelo Rabelo, em discurso de boas-vindas ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que a paz no mundo pressupõe retirada das forças armadas da Rússia do território da Ucrânia.
— Paz para ser duradoura e justa, nos termos da resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas votada em fevereiro por Brasil e Portugal, pressupõe a disponibilidade da federação russa de retirada imediata das forças armadas — disse Rabelo, em entrevista coletiva a jornalistas ao lado de Lula.
A declaração de Rabelo ocorre na esteira de falas do presidente Lula que colocou em situação de igualdade a Rússia e a Ucrânia, o que desagradou a países da União Europeia e aos Estados Unidos.
Rabelo citou uma eventual adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e defendeu soberania de Estado.
— Para aceitação de paz complementados na defesa dos princípios de direitos internacionais como soberania de Estado e integridade do território invadido — afirmou o presidente português ao mencionar casos em que Brasil e Portugal podem desempenhar parcerias multilaterais.
Rabelo se dispôs também a ajudar o Brasil a retirar brasileiros que estão no Sudão em meio aos conflitos que ocorrem no país:
— O presidente sabe melhor que eu quando Portugal ou União Europeia pode desenvolver papel de ajuda em relação a esses irmãos brasileiros.
O presidente português mencionou a cimeira luso-brasileira, na qual serão assinados pelo menos 13 acordos de cooperação entre os países.
— Teremos cimeira para tratar dos nossos povos e dos irmãos brasileiros, para construir o futuro na inovação científica, na energia, na economia, no plano civil e militar multilateral e bilateral — defendeu Rabelo.
Rabelo resgatou elogios anteriores feitos ao presidente Lula, destacando que é um dos "líderes" do seu tempo e citado em generosidade.
— Sejam bem-vindos a esta pátria que tanto deve aos irmãos brasileiros — disse ao cumprimentar Lula e a primeira-dama Janja.