O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli rejeitou um recurso do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) contra decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que aplicou pena de advertência a ele quando era procurador da República. A decisão foi proferida na terça-feira (7).
Dallagnol foi punido em 2019 após afirmar, em uma entrevista à Rádio CBN, que o Supremo "passa imagem de leniência com a corrupção" em decisões proferidas pela Corte. No recurso apresentado ao STF, a defesa do ex-procurador alegou que as acusações estavam prescritas e não poderia ocorrer a punição.
Ao analisar pedido o recurso contra a punição, o ministro Dias Toffoli entendeu que não houve ilegalidades na decisão do conselho.
"Não havendo qualquer comprovação de inobservância do devido processo legal, de exorbitância das competências do CNMP e de injuridicidade ou de manifesta irrazoabilidade do ato impugnado, afigura-se totalmente descabida a tentativa de sua anulação", decidiu o ministro.
Em 2021, Deltan anunciou seu pedido de demissão do Ministério Público Federal (MPF), onde chefiou a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba entre 2014 e 2020.
Após deixar o cargo, o ex-chefe da Lava Jato se tornou o deputado federal mais votado do Paraná, com mais de 340 mil votos nas eleições de 2022.