O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu da Arábia Saudita um terceiro conjunto de joias, em outubro de 2019, e levou consigo após o fim do mandato, no fim de 2022. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ele foi entregue em mãos ao próprio ex-presidente, quando esteve com sua comitiva em viagem oficial a Doha, no Catar, e em Riade, na Arábia Saudita.
O conjunto, conforme a publicação, inlclui um relógio de ouro branco da marca Rolex, um anel de ouro branco, uma caneta da marca Chopard, um par de abotoaturas de ouro branco e um "masbaha" (uma espécie de rosário islâmico) — todos com diamantes cravejados. Os itens são avaliados em mais de R$ 500 mil.
O Estado de S.Paulo relata que Bolsonaro voltou com o conjunto de joias para o Brasil e deu ordens para que os itens fossem levados a seu acervo privado, o que foi confirmado no dia 8 de novembro de 2019, pelo Gabinete Ajunto de Documentação Histórica da Presidência.
A guarda dessas joias permaneceu no acervo privado de Bolsonaro por mais de um ano e meio, até que, em 6 junho de 2022, o então presidente deu novas ordens para ter o conjunto, fisicamente, em suas mãos. Conforme registros oficiais citados pelo O Estado de S.Paulo, as joias já se encontravam "sob a guarda do Presidente da República" em 8 de junho.
Caso das joias
Em outubro de 2021, a comitiva do governo Bolsonaro, liderada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou entrar no Brasil com duas caixas de joias de forma ilegal e sem declarar à Receita Federal. O conjunto de diamantes mais valioso, estimado em cerca de R$ 16,5 milhões, acabou retido pelos auditores da Receita. Este seria levado para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, e incluía colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes.
Já uma segunda caixa, que entrou no país em 2021 sem declaração à Receita e foi apropriada de forma irregular, foi recebida pelo ex-presidente no Palácio da Alvorada e guardada em seu acervo pessoal. As peças estão avaliadas em cerca de R$ 400 mil, e incluem relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosé gold, anel e um masbaha rosé gold, todos da marca suíça Chopard.
Os itens do segundo pacote foram devolvidos pelo advogado de Bolsonaro, no dia 24 de março, seguindo determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A defesa do ex-presidente também entregou um fuzil e uma pistola presenteados pelos Emirados Árabes. Os itens foram dados ao presidente em 2019, quando Bolsonaro voltou do Oriente Médio, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). As armas chegaram à Polícia Federal (PF) nas mãos do segundo-tenente Osmar Crivelatti, que foi assessor de Bolsonaro durante o governo.