O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou que, pela legislação da Itália, ele "é italiano". Segundo Bolsonaro, o fato de seus avós serem italianos o habilitaria a requerer "cidadania plena" no país europeu.
— Minha família é de Pádua (província italiana). Pela legislação, eu sou italiano. Tenho avós nascidos na Itália. A legislação de vocês diz que eu sou italiano — disse em declaração dada a jornalista do jornal italiano Corriere Della Sera, em Orlando, nos Estados Unidos.
O bisavô paterno de Jair Bolsonaro, Vittorio, nasceu em 1878 na comuna de Anguillara Veneta, que concedeu o título de cidadão ao então presidente em 2021. Em 10 de janeiro, questionado por parlamentares da oposição italiana, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou a uma rádio do país que Bolsonaro não havia feito o pedido de cidadania. Questionado se pretende requisitar a dupla cidadania, o ex-presidente afirmou somente que, com "pouquíssima burocracia, teria cidadania plena".
Bolsonaro está na Flórida, nos Estados Unidos, desde o dia 30 de dezembro e entrou no país antes do fim de seu mandato, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Portadores de visto oficial que não estejam mais no cargo ou missão que os levou ao país norte-americano têm 30 dias para solicitar alteração do status, prazo que venceu na última segunda-feira (30).
Com o fim do prazo para uso do visto oficial, Bolsonaro chegou a dar entrada no processo para receber um visto de turista e permanecer nos Estados Unidos por mais seis meses. Enquanto esse pedido é processado, ele fica de maneira regular no país.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que seu pai não tem prazo para voltar ao Brasil.
— Não tem previsão, ele (Bolsonaro) que sabe. Pode ser amanhã, daqui a seis meses, pode não voltar nunca. Não sei. Você nunca tirou férias, não? — perguntou Flávio.
Nos Estados Unidos, o presidente estadunidense Joe Biden sofre pressão interna, por parte dos congressistas democratas, em razão da permanência de Bolsonaro nos EUA - 46 deputados americanos pediram que o governo Biden não permita que Bolsonaro permaneça nos EUA e que o FBI apure se os atos golpistas em Brasília foram planejados em território norte-americano.