Nos Estados Unidos em visita oficial à Casa Branca, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista, que o ex-presidente Jair Bolsonaro é uma cópia fiel do ex-presidente norte-americano Donald Trump e não tem "chance nenhuma" de voltar à Presidência da República:
— O Brasil aos poucos vai se encontrando e a democracia vai prevalecer.
Em um aceno a quem não o apoiou nas eleições mais acirradas desde a redemocratização, Lula diz estar convencido de que nem todo mundo que votou em Bolsonaro é bolsonarista.
— Vamos ter eleições nos Brasil depois das eleições nos Estados Unidos, vamos ver como a coisa vai acontecer aqui. Aqui, tem divisão muito marcada, como tem no Brasil, democratas e republicanos estão muito divididos. É ame-o ou deixe-o — disse Lula.
As eleições americanas são no ano que vem, e Trump deve disputar contra Biden. Na entrevista, Lula chamou Trump de "desumano".
— Jamais a gente imaginaria que, no país que é da democracia, alguém pudesse invadir o Capitólio — afirmou, sobre o episódio de janeiro de 2021.
"Biden seria chamado de comunista no Brasil"
Lula declarou ainda que o pensamento do presidente estadunidense seria visto como "comunista" no Brasil. Nesta semana, no tradicional discurso sobre o Estado da União no Congresso dos Estados Unidos, Biden pediu a elevação do teto da dívida e saiu em defesa do fortalecimento do sistema de seguridade social.
Ao longo da entrevista, o brasileiro voltou a destacar que deseja acabar com a fome no Brasil e criticou a politização das Forças Armadas no país.
— O papel do Exército é defender a nossa soberania — pontuou.
Lula reiterou sua posição de que a invasão da Ucrânia pela Rússia foi um "equívoco" e de que, agora, é preciso buscar uma forma de paz.
— O que eu quero é dizer que o que tinha de ser feito de errado já foi feito. Agora precisamos arrumar pessoas para consertar. Eu sei que Brasil não tem tanta importância no cenário mundial, mas posso dizer que vou me dedicar para encontrar um caminho para alguém falar em paz — completou.