Ao sair do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de segunda-feira (9), após uma visita, acompanhado do presidente Lula, da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, além de outros governadores e ministros do STF, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, desabafou:
— São cenas estarrecedoras. Machuca no que a gente acredita. Para nós, que somos democratas, que acreditamos no valor do diálogo, no respeito, o que vimos é uma agressão que nos agride. É um ataque às instituições e ao que elas representam.
Leite e a comitiva ingressaram num prédio às escuras. Com vidros quebrados e pichados com frases como “Perdeu, mané”, em alusão a uma manifestação do ministro Luís Roberto Barroso, em Nova York, para bolsonaristas que protestavam contra o resultado das urnas, em novembro.
A comitiva foi liderada pelo presidente Lula e a primeira-dama Janja, que pareciam emocionados ao entrar no prédio parcialmente destruído.
— São vândalos, são bandidos que fizeram isso. Nós vamos descobrir quem fez isso. Mais cedo ou mais tarde, vamos descobrir. Tem gente que financiou e tem gente que fomentou para acontecer o que aconteceu — disse Lula ao sair do prédio.
Bolsonaristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo, na tarde de domingo, na Praça dos Três Poderes. Dos três símbolos da democracia atacados, o Supremo foi o mais destruído.
— Tenho certeza que, deste momento crítico da vida nacional, emergirá a defesa da democracia — disse Leite.
Sobre a reunião com o presidente Lula e com os governadores dos 27 Estados da federação e ministros, ocorrida antes da visita ao Supremo, Leite falou que os “governadores se solidarizaram com os poderes, com aqueles que foram atacados”.