O ministro Alexandre de Moraes determinou nesta terça-feira (10) a prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) que também era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal até o último domingo (8), quando ocorreram os atos antidemocráticos em Brasília.
Após deixar o ministério da Justiça, Anderson Torres reassumiu o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, em 2 de janeiro. Quando ocorreram os ataques em Brasília, Torres estava em férias nos Estados Unidos, onde ainda se encontra. Seu retorno estava inicialmente previsto para o fim do mês e a Polícia Federal (PF) deve cumprir o mandado de prisão quando o ex-ministro voltar ao Brasil.
A decisão de Moraes foi dada após pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que solicitou a prisão em flagrante de Torres e de demais agentes públicos que tiveram participação ou se omitiram para facilitar as invasões e depredações dos prédios da administração federal em Brasília. No dia dos ataques, Torres já havia sido exonerado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
A AGU também solicitou a investigação e responsabilização civil e criminal dos responsáveis dos atos ilícitos no domingo, sendo "indispensável a determinação de apreensão de todos os veículos e demais bens utilizados para transporte e organização dos atos criminosos". Os pedidos foram encaminhados a Moraes pois o ministro é o relator das investigações sobre atos antidemocráticos no STF.
Nesta terça-feira (10), o interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli, já havia afirmado que os atos antidemocráticos de bolsonaristas foram possíveis em razão de "sabotagem" nas forças de segurança locais, naquele momento comandadas pelo ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.
No começo da madrugada de segunda-feira (9), o ex-secretário de Segurança do DF divulgou um pronunciamento nas redes sociais, no qual diz que os atos de vandalismo em Brasília foram "um dos pontos mais tristes dos últimos anos da nossa história". Torres também negou que teria sido conivente com o que ocorreu.
"Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos", destacou no texto.