A partir das 12h desta terça-feira (10), o governador Eduardo Leite fará uma reunião com integrantes do Gabinete de Crise do governo do Estado, que reúne forças de segurança. O objetivo é tratar de temas como possíveis manifestações e os atos de vandalismo ocorridos em Brasília.
Na noite de segunda (9), Leite esteve na capital federal em uma reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e governadores e chefes de poderes. Ele está retornando para o Rio Grande do Sul ao longo desta manhã.
O Gabinete de Crise do governo do Estado foi constituído em outubro do ano passado, após as manifestações realizadas contra os resultados das eleições e que causaram bloqueios em rodovias. Entre os participantes, estão Secretaria de Segurança Pública (SSP), Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Ministério Público (estadual e federal), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência e Comando Militar do Sul.
Um dos temas em pauta na reunião desta terça abrange os inquéritos que apuram a participação de gaúchos nos atos de vandalismo em Brasília — é investigada a saída de caravanas de ônibus do Estado. Também será definido o esquema para o envio de 73 policiais da tropa de choque da BM para dar suporte ao governo federal.
Outro tema a ser discutido é o monitoramento de manifestações no Estado. Segundo a SSP, não há pontos ativos desde o fim da tarde passada. No entanto, o tema segue sendo monitorado. Conforme o governador, o objetivo é que os protestos não voltem a acontecer:
— Temos atuação policial nos pontos em houve manifestações. No caso do Estado, na sua maioria pacífica, pois não houve o vandalismo que se observou em Brasília. Mas isso não diminui a importância de dermos a devida consequência a quem esteja defendendo algo que está previsto, tipificado no Código Penal, como um crime e que precisa, portanto, ter consequências. Então a gente está com atuação para garantir que essas manifestações não voltem a acontecer. Instalações de barracas, acampamentos, são rapidamente dispersadas pela nossa polícia — disse Leite em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Conforme Leite, os inquéritos policiais em andamento investigam participantes e também financiadores dos protestos, para que "a consequência seja de forma exemplar". Na entrevista, o governador também defendeu a democracia e reforçou que punições são necessárias para que os atos não voltem a se repetir. Ele também defendeu o aprofundamento do diálogo:
— Imaginar que uma ruptura possa ser benéfica ao país é uma insanidade. Uma ruptura seria muito mais traumática. Quem está insatisfeito com a decisão que se tomou eleitoralmente precisa ter consciência de que uma ruptura com a ordem democrática é muito pior para o país do que qualquer mal que um governo eleito possa fazer. A gente tem que dar espaço e oportunidade para o governo escolhido pela população apresentar seus caminhos, e, se for o caso de contestar e divergir, usar os caminhos legais estabelecidos.
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