Policiais militares, federais e civis, tropas de elite de diferentes forças, militares do Exército, bombeiros e viaturas de todos os tipos (carros, motos, camionetas, microônibus, ônibus, ambulâncias e até helicópteros) ocuparam a Esplanada dos Ministérios e intimidaram radicais.
O ato convocado por golpistas, em Brasília, foi esvaziado. Às 19h3omin, não havia sequer um "patriota" de verde e amarelo próximo à Esplanada dos Ministérios. Mais cedo, o interventor na Segurança Publica do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, em entrevista coletiva, havia garantido:
— Todo o aparato de segurança está mobilizado. Não há hipótese de acontecer nada semelhante ao dia 8.
No domingo (8), a bolsonaristas radicais marcharam do acampamento onde estavam havia dois meses, na Praça dos Cristais, ao lado do Quartel General do Exército, até a Praça dos Três Poderes. Foram escoltados pela Polícia Militar ao longo dos oito quilômetros que separam o QG do Exército da Praça. Lá, sem nenhuma resistência, apesar de todos os indícios de que estavam dispostos a atos de vandalismo, invadiram, depredaram e saquearam o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, símbolos da democracia e os três prédios mais importantes da República.
A resposta do Estado começou a ser dada ainda na tarde de domingo, com exoneração do secretário da Segurança Pública do Distrito Federal, o bolsonarista Anderson Torres, a intervenção federal na segurança pública, o afastamento por três meses do governador Ibaneis Rocha e a detenção de 1.834 pessoas que permaneciam acampadas na Praça dos Cristais — 1.159 foram levadas para a penitenciária e 684 liberadas após triagem.
No início da noite desta quarta, policiais do Bope encontraram uma granada de efeito moral dentro de um mochila na região próxima à rodoviária de Brasília. De acordo com o tenente-coronel Carlos Melo, comandante do Bope, provavelmente o artefato tenha sido lançado pela própria polícia, no domingo, e não tenha sido deflagrado:
— Alguém pegou e colocou dentro da mochila.
Diante do cerco aos golpistas, os inimigos da democracia preferiram não arriscar. Ficaram em casa. Em Porto Alegre, menos de uma dezena de pessoas atendeu à convocação para um ato no Parcão.