O Cpers, sindicato que representa os professores estaduais e funcionários de escolas, deseja encontrar pessoalmente o governador Eduardo Leite para abrir uma negociação sobre a aplicação do reajuste do piso do magistério no Rio Grande do Sul. De acordo com o sindicato, a demanda de audiência com Leite foi feita no dia 9 de janeiro, mas ainda não houve resposta.
O objetivo do Cpers é apresentar os pedidos e argumentos sobre como o reajuste do piso deve ser aplicado no Rio Grande do Sul. A entidade sindical deseja, por exemplo, que o reajuste seja aplicado em sua integralidade, sem diferenciação de percentuais entre professores. O sindicato também pede que o governo estenda o reajuste do piso aos funcionários de escolas.
— Tem um ditado que diz: “conversando a gente se entende”. Um encontro entre Cpers e o governador tem todo um simbolismo político. E há toda a manifestação do governador de que, no seu segundo mandato, a educação será a prioridade — argumenta o vice-presidente do Cpers, Alex Saratt.
O Palácio Piratini ainda não confirmou o pedido de audiência do Cpers e a eventual realização do encontro.
Relembre
O governo federal confirmou, na segunda-feira (16), que o piso nacional dos professores subirá de R$ 3,8 mil para R$ 4,4 mil, em 2023. A alta representa um reajuste de quase 15%.
O governo do Estado confirmou, na noite desta terça-feira (17), por meio de nota, que pagará o novo valor do piso nacional do magistério aos professores gaúchos. Contudo, o governo ainda avalia de que forma será feito o reajuste e que percentuais serão aplicados. Na nota, o governo gaúcho também afirma que tem “como prioridade promover uma profunda melhoria na educação gaúcha, o que passa, necessariamente, pela valorização dos professores”.
A avaliação do governo do Estado é de que a revisão do piso dos só pode ser feita mediante aprovação de um projeto de lei pela Assembleia Legislativa. Desde esta terça-feira (17), as equipes técnicas do governo estão trabalhando nos dados de remuneração da categoria e desenhando projeções. Com base no material técnico, a cúpula política do Palácio Piratini definirá a proposta de reajuste que será enviada ao Legislativo em projeto de lei.
A projeção mais recente feita pela Secretaria Estadual da Fazenda, em 8 de janeiro, indica que a revisão do piso custará, ao governo do Estado, R$ 430 milhões em 2023. Já para os municípios gaúchos, o custo estimado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) é de R$ 1,1 bilhão.