O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim disse, nesta segunda-feira (5), que a viagem do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a Washington, para visita diplomática ao presidente norte-americano Joe Biden, deverá ocorrer em janeiro, após a posse. Amorim conversou com jornalistas em uma sala do hotel onde Lula está hospedado em Brasília logo após a reunião do conselheiro de Segurança dos Estados Unidos, Jake Sullivan, com o petista.
— Lula valorizou muito o convite de Biden, que estaria disposto a recebê-lo ainda antes da posse. Ele (Lula) acha que já poderá fazer uma visita oficial como presidente logo depois da posse — falou.
A reunião entre Sullivan e Lula, que teve além da presença de Celso Amorim a participação de Fernando Haddad, que é cotado ao Ministério da Fazenda, durou cerca de duas horas.
De acordo com Amorim, a conversa tratou de vários temas, em especial, mudanças climáticas, necessidade de engajamento de ambos os países e implementação de tecnologias verdes. Também foram discutidos o fortalecimento da região no panorama mundial; além de propostas para mudança na governança global e a democratização do G20. Nesse contexto, Lula citou a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), ponto que o presidente eleito já havia mencionado em discurso na Cúpula do Clima (COP-27).
Temas mundiais, a exemplo da Guerra na Ucrânia e a crise na Venezuela, também foram citados na reunião. Conforme o embaixador, ainda foi mencionada a situação do Haiti. O Brasil, durante os dois primeiros mandatos do petista, coordenou a missão de estabilização da ONU naquela nação. Foram 13 anos de presença do Exército brasileiro. No encontro com Sullivan, no entanto, nada ficou acordado a respeito de uma ação direta no país caribenho:
— O próprio presidente Lula lembrou da atuação do Brasil no passado. A situação é ainda pior na atualidade. Sullivan também revelou preocupação com o tema.
Ainda segundo o ex-chanceler, Sullivan também falou sobre a importância da eleição de Lula, por meio de eleições limpas e transparentes, assim como reafirmou a necessidade de garantir a democracia no país.