Na campanha, se falou muito em corrupção e inflação. São assuntos importantes, claro, mas também são "pop". Afinal, é mais difícil se fazer meme de internet sobre teto de gastos ou alíquotas de ICMS. São tópicos "chatos", mas principalmente impopulares. Pouco apareceram na campanha, mas a coluna avisava que logo viriam à tona com força.
Na esfera federal, o teto de gastos virou o tema do momento dias depois do segundo turno. A PEC da Transição, essencial para a largada do governo Lula, trata essencialmente dele. Ela deixa o Bolsa Família fora do teto de gastos por quatro anos, tempo que a negociação tenta reduzir. Em paralelo, se discute que o país tenha uma nova âncora fiscal, cogitando-se ter um teto de dívida e não de gastos. Ou seja, o debate vai longe. Enquanto isso, o dólar fica sensível a qualquer notícia sobre o assunto, gerando temor de inflação e, por consequência, elevação da taxa de juro pelo Banco Central.
No âmbito estadual, tem o impacto da ICMS reduzido por uma lei federal que entrou em vigor em junho e que foi taxada de eleitoreira. Ela acabou permitindo alguns meses de deflação e recuo na inflação anual. Os Estados foram contrários, mas o assunto - impopular - ficou em compasso de espera durante o período de campanha. Agora, claro, volta à cena, pois impacta a arrecadação. Estados e União avaliam acordo que poderá permitir alíquota maior de ICMS para gasolina e base maior para cálculo do imposto para energia. Por outro lado, o Pará aumentou a alíquota básica para 17% para 19%. Aqui no Rio Grande do Sul, é de 17%. Na campanha e após ter sido reeleito governador, Eduardo Leite disse que pretendia não aumentar o ICMS novamente, mas que precisaria da compensação financeira da União, dinheiro que não está certo que venha.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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