O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reunirá pela primeira vez com os próximos comandantes-gerais das Forças Armadas, nesta sexta-feira (9). Lula disse que deseja discutir "o futuro do país" com os oficiais-generais apontados por ele, em conversas com o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, um dos antecipados.
Ao apresentar Múcio, o presidente eleito não citou os nomes dos próximos comandantes. Disse apenas que Múcio é um "grande companheiro, meu ministro" e que já conversou antes com a nova cúpula militar brasileira. Os nomes confirmados por Múcio são o general Julio Cesar de Arruda (Exército), o almirante Marcos Olsen (Marinha) e o brigadeiro Marcelo Damasceno (Aeronáutica).
Lula declarou que nos oito anos em que foi presidente manteve boa relação com as Forças Armadas. Ele afirmou que caberá a Múcio formalizar os nomes dos comandantes e destacou que não admitirá politização do meio militar. Segundo o presidente eleito, não é papel das Forças Armadas tratar de política.
— Fui presidente oito anos e tive relação com as Forças Armadas extraordinária. Nunca o Exército, a Marinha e Aeronáutica tiveram tanta ajuda de um governo como do meu. As Forças Armadas têm um papel constitucional de defender os brasileiros de possíveis inimigos externos. Elas não foram feitas para fazer política, para ter candidato — avisou.
Lula viveu um impasse na relação sensível com as Forças Armadas e não conseguiu nem sequer formar um grupo de trabalho para realizar um diagnóstico do Ministério da Defesa na transição.
A escolha dos comandantes visa pacificar a relação e dar início à passagem de comando de forma antecipada, já que os chefes militares nomeados por Jair Bolsonaro (PL) indicaram desejo de deixar o cargo antes da posse.