A Justiça decidiu por prorrogar por 180 dias o afastamento do prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD). O prazo para que ele não exercesse o cargo encarraria na noite desta terça-feira (27). O político é investigado por liderar um suposto esquema criminoso que desvia recursos públicos.
A decisão, publicada na tarde desta segunda-feira (26) acata o pedido feito pelo Ministério Público. No documento ao qual GZH teve acesso, a desembargadora Gisele Ane Vieira de Azambuja, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, considerou indispensável a prorrogação do afastamento em razão das novas provas apresentadas na investigação. Segundo ela, foi registrado um "intenso contato entre os investigados a indicar provas do envolvimento dos agentes públicos afastados".
Jorge está impedido de exercer sua função desde o dia 31 de março, após ter sido alvo de uma operação do MP. Desde então, o seu vice, Nedy de Vargas Marques, está como chefe do Poder Executivo municipal.
Na primeira ação do MP, que culminou no seu afastamento, Jairo Jorge e mais 16 pessoas, entre agentes públicos e empresários, foram denunciados por corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e peculato, que teriam sido cometidos entre 2020 e 2021. Os crimes são relacionados a dispensa de licitação e contratos para prestação de serviços terceirizados de limpeza e copeiragem.
Contraponto
A assessoria que representa a defesa de Jairo Jorge enviou a seguinte nota:
"Jairo Jorge respeita a decisão do TJ de renovar seu afastamento, mas entende que isso, além de uma injustiça, é absolutamente desnecessário. Reafirma que restará demonstrada sua inocência no curso do processo, estado este que deveria ser respeitado inclusive para a imposição de tão gravosa medida cautelar. Não há motivos para a prorrogação do afastamento do cargo de Prefeito, pois todas as testemunhas já foram ouvidas e faltam apenas as análises dos dados bancários para concluir a investigação. Além disso, foram cumpridas rigorosamente todas as medidas cautelares, e não há um histórico de práticas ou denúncias de corrupção a indicar a necessidade de manutenção da medida, sendo inadequada sua renovação. Jairo Jorge buscará pela via judicial adequada o restabelecimento da soberania popular, pois foi eleito pelo voto dos canoenses."