O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul defende que Jairo Jorge (PSD) continue afastado do cargo de prefeito de Canoas. O prazo para que o político fique fora da função termina meia-noite de terça-feira (27). Pedidos de prorrogação foram protocolados na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ), onde tramita o caso envolvendo Jairo Jorge, acusado de desvio de recursos públicos.
— Tem três pedidos nossos para que ele não volte. Tem um na própria cautelar que o afastou. Nós pedimos a prorrogação por mais seis meses. E nas duas denúncias criminais por dois dos quatro contratos que estamos investigando pedimos a prorrogação – disse o procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
No entendimento de Dornelles, a situação de Jairo Jorge neste momento é “muito, muito pior do que quando ele foi afastado seis meses atrás”.
— Digo isso porque conseguimos concluir duas investigações. Tem duas denúncias criminais muito bem fundamentadas. E também começaram a vir informações da quebra de sigilo bancário que provam claramente os desvios, inclusive a lavagem de dinheiro — complementou Dornelles, que participou do Gaúcha Atualidade acompanhado do procurador de Justiça Ricardo Herbstrith, um dos responsáveis pela investigação.
Jairo Jorge está afastado das funções desde 31 de março, por decisão judicial, a pedido do MP, que desencadeou operação naquela data. O vice, Nedy de Vargas Marques, está ocupando o cargo.
O político é considerado o líder de um suposto esquema criminoso que desviava recursos públicos. Na primeira ação, Jairo Jorge e mais 16 pessoas, entre agentes públicos e empresários, foram denunciados por corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e peculato, que teriam sido cometidos entre 2020 e 2021. Os crimes são relacionados a dispensa de licitação e contratos para prestação de serviços terceirizados de limpeza e copeiragem.
Contraponto
O que diz Jairo Jorge
A assessoria do político enviou a seguinte nota a GZH:
“O prefeito Jairo Jorge provará nos processos judiciais sua inocência. Segundo ele, é preciso provas e não meras convicções. Ninguém é culpado antes de ser julgado, todos são inocentes até que se prove efetivamente a culpa. Por isso, não há motivos para a manutenção do afastamento do cargo de prefeito, como admite o próprio Ministério Público. Além do fato de que todas as testemunhas foram ouvidas e faltam apenas dados bancários para completar a investigação, Jairo Jorge cumpriu rigorosamente as medidas cautelares e não tem histórico de práticas ou denúncias de corrupção”.