O Ministério Público (MP) de Bagé ajuizou uma ação de improbidade administrativa contra o prefeito do município, Divaldo Lara, e seu irmão, o ex-deputado estadual Luís Augusto Lara, por fatos investigados envolvendo a campanha eleitoral de 2018. A base da denúncia apresentada nesta segunda-feira (18) utiliza informações que levaram à cassação de Luís Augusto pela Justiça Eleitoral, posteriormente confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Conforme o MP, teria ocorrido a prática de atos que causaram danos ao erário, em razão do emprego de servidores municipais na prática de atos de campanha eleitoral para o então deputado Luís Augusto Lara, inclusive durante o horário de expediente.
A promotoria afirma que, na época, ocorreu uma alteração do horário de funcionamento da prefeitura de Bagé para turno único, como forma de viabilizar a participação efetiva dos servidores.
Ainda segundo a denúncia, as investigações apontaram para a ocorrência de simulação de férias e manipulação de folha de ponto de funcionários para que pudessem se dedicar à campanha do candidato a deputado estadual. Um carro oficial do município também teria sido utilizado em atos de campanha.
Para a promotoria, a ação ajuizada é motivada pela responsabilização dos agentes públicos envolvidos não somente na esfera eleitoral, mas também no âmbito da improbidade administrativa. O pedido do MP de Bagé é que ocorra o ressarcimento do erário, a perda da função pública, a suspensão dos direitos políticos por até 12 anos, além da multa civil correspondente.
Divaldo Lara se manifestou por meio de nota enviada a GZH por volta das 23h desta segunda-feira. Confira na íntegra:
"DENUNCISMO PRÉ-ELEITORAL
O Ministério Público, através do mesmo promotor, que reincide na sistemática contra o Governo Municipal e à pessoa do Prefeito Divaldo Lara, move ação envolvendo fatos de mais de 4 anos atrás, portanto prescritos, que NÃO SE ENQUADRAM NA NOVA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA e NÃO TÊM VALIDADE JURÍDICA. O prefeito Divaldo Lara reforça, ainda, que lamenta a insistência do denuncismo da esquerda opositora, que não mede esforços para tentar desconstruir o trabalho realizado na gestão do município, e lembra que das 68 denúncias e processos movidos contra ele ou contra sua gestão, frutos de denúncias petistas, filiados e simpatizantes, foram todos ARQUIVADOS ou julgados improcedentes.
BAGÉ, 18 DE JULHO DE 2022"
GZH segue aguardando contato de Luís Augusto Lara, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Quando Luís Augusto foi cassado pelo TRE, em outubro de 2019, os desembargadores avaliaram que ele foi favorecido por uso da máquina pública de Bagé durante a eleição de 2018. Na ocasião, o deputado alegou que não houve qualquer favorecimento e que conseguiria se eleger mesmo sem os votos obtidos em Bagé.