Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada no presidente Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, passou por uma nova perícia médica na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, na segunda-feira (25). Os laudos dos exames, realizados por peritos da Justiça Federal durante todo o dia, estão previstos para serem divulgados em até 30 dias.
Os peritos vão analisar a cessação ou permanência da periculosidade de Adélio Bispo, se ele ainda é perigoso e oferece riscos à sociedade. Dependendo dessa avaliação, ele poderá ser solto ou não.
"O prazo para o laudo pericial elaborado pelos profissionais ser juntado no processo é de 30 dias", informou a Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.
Em laudo médico de 2019, Adélio foi diagnosticado com "transtorno delirante permanente paranoide", o que não permite a punição criminal. Uma nova perícia médica precisava ser feita num intervalo de três anos, o que ocorreu nessa segunda.
Internação
Em junho de 2019, na sentença contra Adélio Bispo, a Justiça Federal converteu a prisão preventiva em internação por tempo indeterminado. Pela decisão, ele deveria ficar preso na Penitenciária de Campo Grande.
Na sentença, foi aplicada a figura jurídica da "absolvição imprópria", na qual uma pessoa não pode ser condenada. Como no caso de Adélio ficou constatado que ele é inimputável, não poderia ser punido por ter doença mental.
"A internação deverá perdurar por prazo indeterminado e enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação da periculosidade", afirmou a Justiça na sentença.
O atentado ocorreu em setembro de 2018, quando Bolsonaro participava de um ato de campanha em Minas Gerais. Adélio Bispo foi preso imediatamente e, no mesmo dia, confessou ter sido o autor da facada no então candidato à Presidência.
Em depoimento enviado à Justiça à época do julgamento, Bolsonaro foi indagado se, antes da facada, percebeu a aproximação de Adélio Bispo. Respondeu que não. Questionado, então, se teve tempo de se defender, também respondeu que não.
— Segundo os médicos, minha sobrevivência foi um milagre. Muito sofrimento em três cirurgias e, até hoje, sofro as consequências dessa tentativa de execução — disse o mandatário à época.