O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta quarta-feira (15) sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. O chefe do Executivo chamou a viagem do repórter inglês de "excursão" e disse que ele era "malvisto" na Amazônia.
— Esse inglês era malvisto na região, fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental. Então, naquela região bastante isolada, muita gente não gostava dele. Deveria ter segurança mais do que redobrada consigo próprio — afirmou o presidente.
— Os dois resolveram entrar numa área completamente inóspita sozinhos, sem segurança e aconteceu problema (...) É muito temerário você andar naquela região sem estar preparado fisicamente e também sem armamento devidamente autorizado pela Funai, que pelo que parece não estavam — disse.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, cartéis de drogas de Miami, Medellín e Sinaloa mantêm uma espécie de Estado paralelo no entorno do Vale do Javari, onde desapareceram Bruno e Dom, que com seus trabalhos ainda "ameaçavam" os interesses de garimpeiros criminosos no local.
— Pelo que tudo indica, se mataram os dois, e espero que não, estão dentro d'água. E dentro d'água pouca coisa vai sobrar, peixe come, não sei se tem piranha no Javari — disse o chefe do Executivo em entrevista a um canal no YouTube.
— A gente lamenta, pede que nada tenha acontecido — acrescentou, em seguida.