O governo de Jair Bolsonaro tem, a partir desta quarta-feira (11), um novo ministro de Minas e Energia. Embora Bento Albuquerque diga que a saída foi uma decisão "pessoal" dele e "consensual" com o presidente, a troca ocorre logo após nova alta do preço do diesel.
Albuquerque chegou a ser citado por Bolsonaro na semana passada, durante fala crítica à Petrobras e ao possível reajuste do combustível — que se confirmou na terça-feira (10).
O novo chefe de Minas e Energia é Adolfo Sachsida, que atuava como secretário especial de Estudos Econômicos no Ministério da Economia. Em março, ainda neste cargo, ele se pronunciou sobre o que achava necessário para que houvesse queda no preço dos combustíveis.
Para Sachsida, é preciso adotar "medidas estruturais", que levem à "consolidação fiscal".
— Atrair investimentos internacionais valoriza o real e reduz os preços dos combustíveis — disse durante entrevista coletiva em que avaliava o resultado do PIB de 2021.
Na ocasião, o ex-ministro acrescentou que, por outro lado, medidas que gerem receio em investidores sobre a situação fiscal do país causam desvalorização da moeda e alta nos combustíveis. Por isso, avaliou que cortes no preço ou concessão de subsídios, por exemplo, podem ter boas intenções, mas com resultado ruim.
— Determinadas propostas geram efeitos macroeconômicos adversos, com resultados negativos — alertou.
A favor da privatização da Eletrobras
Em outra entrevista, em maio de 2021, Adolfo Sachsida apresentou a privatização da Eletrobras como uma solução para os problemas de fornecimento de energia relacionados à crise hídrica que afetou o país.
— Privatizar a Eletrobras vai elevar a oferta do produto (energia) a um preço melhor — afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan.
Falando ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, em maio de 2020, Sachsida também defendeu uma agenda "pró-mercado", com venda de estatais à iniciativa privada, como uma saída para o crescimento do Brasil após a pandemia de covid-19.
— É preciso criar agenda pró-mercado, privatizações, concessões e reformas — disse.