Durante entrevista ao Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (15), o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, falou sobre o cenário financeiro atual no Brasil, com avaliações em relação às medidas já anunciadas pelo governo federal no combate à crise. Sachsida reforçou a necessidade de planejamento robusto para o momento pós-pandemia.
— O benefício (auxílio emergencial) veio em caráter de urgência. É temporário. Cada mês de auxílio equivale a um ano inteiro de Bolsa Família. Cada semana de isolamento custa cerca de R$ 20 bilhões de maneira direta. Nós temos que tomar as melhores decisões, o ano que vem ainda está em aberto. Depende do que fizermos agora — ressaltou.
O secretário foi bem eloquente ao defender reformas para realocar corretamente os recursos brasileiros em programas de assistência social. De acordo com ele, é necessário "parar de transferir o dinheiro do pobre para o rico e fazer avaliações dos programas que funcionam para o pobre e aqueles que atrapalham". O custo atual da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que está em torno de R$ 2 mil, foi uma das taxas criticadas pelo secretário.
Para ele, o Brasil precisa de estratégia para executar reformas, visando a contribuir no cenário econômico do país — que, segundo ele, ficará "mais pobre e endividado" em razão da magnitude da pandemia. Sachsida defendeu a realização de privatizações e estrutura para uma "agenda pró-mercado".
— Se a gente olhar os dados de renda e emprego do setor privado, há milhares de brasileiros perdendo o emprego, reduzindo renda. Nenhum deles é servidor público. Isso está certo? A crise está gerando custos enormes na vida humana. Tudo depende do que decidirmos agora. É preciso criar agenda pró-mercado, privatizações, concessões e reformas.
Sachsida também defendeu a criação de políticas de emprego mais eficientes, para viabilizar as possibilidades de um empresário que foi à falência voltar a abrir outro negócio mais rapidamente. O secretário finalizou defendendo o que já foi adotado pelo governo, e afirmou que há um rigoroso conjunto de medidas para "avançar depois da crise".