O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se gabou nesta terça-feira (22) de seu relacionamento próximo com o líder russo, Vladimir Putin, dizendo que a crise na Ucrânia não teria acontecido em seu governo.
"Se tratada adequadamente, não haveria absolutamente nenhuma razão para que a situação atual na Ucrânia acontecesse. Conheço Vladimir Putin muito bem, e ele nunca teria feito durante o governo Trump o que está fazendo agora, de jeito nenhum!", disse o ex-presidente americano, em um comunicado.
A Rússia está enfrentando uma reação internacional após Putin ordenar que suas forças entrassem na Ucrânia para proteger dois enclaves separatistas. A ação ocorreu com dezenas de milhares de soldados russos nas fronteiras da Ucrânia e em meio a advertências sobre uma invasão total.
O presidente americano, Joe Biden, impôs sanções econômicas às duas regiões, mas quanto à questão das penalidades contra a própria Rússia, uma autoridade dos Estados Unidos disse a repórteres que vão avaliar o que a Rússia fez.
Mas Trump, que ficou em grande parte em silêncio sobre a crescente ameaça russa ao aliado dos Estados Unidos, criticou a resposta "fraca" que ele disse não corresponder às atitudes da Rússia. "Agora que começou, os preços do petróleo estão cada vez mais altos, e Putin não está apenas conseguindo o que sempre quis, mas ficando, por causa do aumento do petróleo e do gás, cada vez mais rico", acrescentou o republicano.
A ex-assessora da Casa Branca sobre a Rússia Fiona Hill disse à CNN no domingo (20) que a política externa de Trump encorajou Putin. A política externa do ex-presidente, argumentou ela, foi orientada por preocupações pessoais e não pelo interesse nacional:
— Não há Time América para Trump. Nenhuma vez eu o vi fazer algo para colocar os Estados Unidos em primeiro lugar. Nenhuma vez. Nem por um segundo — declarou Hill.
A Ucrânia se viu envolvida em uma tempestade política interna nos Estados Unidos quando o então presidente Trump pediu a seu líder que lançasse uma investigação espúria de corrupção sobre a família de Joe Biden antes das eleições presidenciais de 2020.
As acusações de que Trump tentou bloquear a ajuda militar para pressionar o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, provocaram o primeiro dos dois processos de impeachment enfrentados pelo republicano.