O filho de Donald Trump confirmou recentemente que a rede social do seu pai, a Truth Social, está em fase de testes e se encontra disponível na loja da Apple — antes, somente na Play Store. O anúncio foi feito pelo Twitter por meio de um compartilhamento do que seria a primeira publicação do ex-presidente dos Estados Unidos na nova plataforma.
"Prepara-se: Seu presidente favorito o verá em breve", diz mensagem publicada na rede social de Trump e compartilhada pelo seu filho. No Twitter, a imagem com o print da mensagem já conta com mais de 59 mil curtidas e 11 mil compartilhamentos.
O aplicativo foi revelado em outubro do ano passado e, desde então, sofreu vários adiamentos no lançamento. A primeira previsão é de que a rede seria lançada em uma versão beta em novembro de 2021 e disponibilizada a todos no começo de 2022.
Um dia após o anúncio do lançamento da rede social, um hacker criou um perfil falso de Trump na plataforma e publicou a imagem de um porco defecando. Com isso, foi exposta a fragilidade técnica da plataforma, o que causou dúvidas em potenciais investidores.
Há duas semanas, quando ouve um novo adiamento, as ações da empresa Digital World Acquisition Corp (DWAC), associada do ex-presidente para a criação da rede, apresentaram uma queda significativa na bolsa de valores. A empresa tem como diretor financeiro o deputado federal brasileiro Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL- SP).
Da associação da DWAC com Trump, nasceu a empresa Trump Media & Technology Group (TMTG), que será a responsável pelo aplicativo. O lançamento oficial da rede está previsto para ocorrer em março deste ano.
No dia 17 de fevereiro, a agência de notícias norte-americana Reuters confirmou que 500 pessoas já estavam utilizando o aplicativo em uma versão para testes. Os usuários cadastrados que se aventuraram na plataforma relataram dificuldades técnicas e instabilidade o que é um sinal ruim para investidores no negócio.
Moderação e banimento
De acordo com Trump, a nova rede social será uma experiência atraente e sem censura e não haverá moderação. O ex-presidente dos Estados Unidos garantiu total "liberdade" para aqueles usuários que foram banidos das plataformas tradicionais.
A ideia de criação da rede social aconteceu pouco tempo depois do ex-presidente ter suas contas no Twitter e Facebook banidas, em janeiro do ano passado, logo depois de ter instigado a invasão no Capitólio por meio de publicações.
Segundo a Reuters, a conta do Trump na rede social conta com mais de 300 seguidores. Entre eles, Wayne Dupree, apresentador de um podcast conservador. No Twitter, Wayne disse que com a nova plataforma terá total liberdade para falar o que não pode nas outras redes sociais. Além disso, comemorou que o ex-presidente voltará ao ambiente digital.
"Trump está de volta e ele está 'trolando' como um campeão do Truth Social", escreveu o apresentador.
Entraves
Como a Truth Social não terá um controle sobre discursos de ódio e desinformação, a plataforma poderá encontrar dificuldades com a licença de softwares e com as lojas de aplicativos.
Em 2021, uma rede social semelhante, a Parler, foi removida temporariamente da loja de aplicativos da Apple. Ela também foi excluída do serviço de hospedagem do Google, ficando fora do ar por diversas semanas, até que um pequeno provedor da Califórnia aceitou abrigá-la.
Há duas semanas, Melania Trump, mulher do ex-presidente norte-americano, anunciou um contrato de exclusividade com a Parler, que prevê publicações exclusivas.
Funcionamento da rede social
De acordo com os usuários que têm acesso à plataforma, a rede social tem aparência e mecanismo de funcionamento semelhantes ao Twitter. Na Truth Social, os usuários podem compartilhar "uma truth" (verdade, em português), o que seria equivalente ao tweet. Além disso, o feed é uma combinação de publicações individuais e notícias.
Na rede social de Trump, os usuários receberão notificações quando são mencionados ou ganham novos seguidores. Também haverá o recurso das mensagens instantâneas.
A empresa de tecnologia envolvida garantiu que oferecerá um serviço de vídeo por assinatura chamado TMTG+, que contará com programação de entretenimento, notícias e podcasts.