A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado tem reunião deliberativa nesta quarta-feira (24), a partir das 9h30min, com 15 itens na pauta de votações. O primeiro deles é a polêmica PEC dos Precatórios, que parcela o pagamento de precatórios e muda regras do teto de gastos públicos.
Autor da proposta, o governo federal argumenta que a aprovação vai abrir espaço para o pagamento, até o final de 2022, do Auxílio Brasil — benefício social que substitui o Bolsa Família.
Precatórios são dívidas da União reconhecidas pela Justiça sem possibilidade de recurso, ou seja, dívidas que a União é obrigada a pagar para pessoas físicas e jurídicas, incluindo Estados e municípios. A PEC já foi aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados.
O relator da proposta é Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo na Casa. Nos últimos dias, ele fez uma série de reuniões com senadores para discutir possíveis aprimoramentos no texto.
Os senadores José Aníbal (PSDB-SP), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentaram, juntos, um texto substitutivo. A proposta deles possibilitaria o pagamento do Auxílio Brasil e dos precatórios.
Para isso, o texto coloca fora do limite do teto de gastos os R$ 89 bilhões de precatórios que o governo federal tem de pagar em 2022. Com a mudança, afirmam eles, garante-se um auxílio de R$ 400 mensais para 21 milhões de brasileiros sem que seja adiado o pagamento de qualquer precatório previsto para o próximo ano.
O texto alternativo também proíbe as chamadas "emendas de relator", nome dado a emendas parlamentares que não explicitam o senador ou deputado federal responsável por sua inclusão no orçamento. Além disso, o texto cria mecanismos para facilitar a negociação dos passivos judiciais de União, Estados e municípios, o que em tese reduziria no futuro o peso dos precatórios no orçamento.
Já a PEC tenta resolver a questão do espaço fiscal parcelando o pagamento de parte dos precatórios e alterando o método de cálculo do teto de gastos. O texto alternativo apresentado por Aníbal, Oriovisto e Alessandro elimina esses dois aspectos do texto — os mais criticados pelos opositores da PEC, por minar, segundo eles, a credibilidade da economia brasileira perante os investidores internacionais.