A CPI da Covid encerra os trabalhos nesta terça-feira (26) com a votação do relatório final do senador Renan Calheiros (MDB). A comissão, que já propõe o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por nove crimes, também deve incluir no documento a recente fala do chefe do Executivo que associa a vacina contra a covid-19 com o desenvolvimento de aids.
A cúpula do colegiado também deve pedir ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que Bolsonaro seja investigado por essas declarações no âmbito do inquérito das fake news, que tramita na Corte.
Na quarta-feira passada (20), Renan apresentou uma lista de 68 indiciados, incluindo políticos, servidores e empresários e médicos. O documento inclui a oposição do governo às medidas não farmacológicas, o colapso na saúde pública do Amazonas e a atuação da operadora Prevent Senior.
O relatório foi protocolado após uma divisão no grupo majoritário, que discordou dos crimes apontados inicialmente por Renan e da divulgação de informações na imprensa antes de um acordo entre os senadores. A reação levou o relator a recuar e fazer modificações. Até esta terça-feira, ainda podem ser feitas mudanças no parecer.
A análise do relatório será o último ato da CPI, criada há seis meses para investigar as ações e omissões do governo federal durante a pandemia. Pelo Twitter, Omar Aziz afirmou esperar que o Ministério Público dê continuidade às investigações. Ele disser querer "ver quem vai engavetar mais de 600 mil mortes". Ele confirmou que o relatório será votado nesta terça.
Se aprovado, o documento será encaminhado a órgãos competentes, como o Ministério Público (MP), para que deem continuidade às investigações.