O presidente Jair Bolsonaro, inicia nesta sexta-feira (29) uma visita à Itália para participar da reunião do G20, em Roma, e receber o título de cidadão honorário de Anguillara Veneta, localidade de onde a sua família emigrou há mais de um século, informaram fontes oficiais.
Segundo a agenda oficial divulgada nesta quinta-feira (28), que ainda está sujeita a alterações, Bolsonaro iniciará sua visita com um encontro na tarde de sexta-feira com o presidente da República italiana, Sergio Mattarella, no Palácio de Quirinale.
A primeira visita de Bolsonaro à Itália, de onde partiu seu bisavô em 1878, de acordo com dados que a AFP teve acesso em 2018, ocorre em um contexto delicado, pois o presidente costuma ser fortemente criticado a nível internacional por relativizar a propagação do coronavírus e por sua política ambiental.
O presidente brasileiro participará no sábado (30) e no domingo (31) da cúpula do G20, que se centrará nos temas da covid-19, recuperação econômica e mudança climática.
Bolsonaro, contudo, não comparecerá à conferência COP26 em Glasgow, na Escócia, que começa na segunda-feira (1º), o mesmo dia em que ele se dirigirá ao norte da Itália para receber o título de cidadão honorário de Anguillara Veneta, uma pequena localidade de 4 mil habitantes na região do Vêneto, reduto do partido italiano de extrema-direita Liga.
A distinção de cidadão honorário busca "recompensar o recebimento dos migrantes procedentes de Anguillara Veneta no Brasil", assegurou à AFP a prefeita da cidade, Alessandra Buoso, que tentou defender sua decisão explicando que a iniciativa é "para o povo que ele representa, e não para ele como pessoa".
Cerca de mil habitantes dessa localidade emigraram para o Brasil no fim do século 19, fugindo da pobreza em seu país.
Na terça-feira (2), ao término de sua viagem à Itália, Bolsonaro visitará em Pistoya, localidade situada cerca de 200 quilômetros ao sul de Anguillara Veneta, o monumento erguido em homenagem aos cerca de 500 soldados brasileiros caídos na Segunda Guerra Mundial, cujos restos mortais foram levados de volta ao Brasil na década de 1960.