Diante de um público engajado em pautas de interesse do agronegócio, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, na manhã desta quarta-feira (13), o armamento da população brasileira.
— Em nosso governo, não pude alterar lei como queria, mas alteramos decretos e portarias de modo que arma de fogo passou a ser realidade entre nós — declarou, em evento de entrega de títulos de propriedades rurais em Miracatu, São Paulo.
Na terça-feira (12), o arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes, afirmou durante missa em louvor à Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, que "pátria amada não pode ser pátria armada".
Em Miracatu, Bolsonaro disse que a fala teria sido feita no dia 11, culpou a imprensa pela repercussão e respondeu ao religioso:
— Respeito os bispos, respeito a todos que tenham posição diferente da minha. Não é porque quando eu não quero uma coisa, eu acho que ninguém pode ter o direito de querer. Nós devemos nos preocupar com a nossa liberdade.
Durante o evento, Bolsonaro reforçou críticas ao julgamento do marco temporal, hoje suspenso no Supremo Tribunal Federal. O presidente também repetiu que o governo não tem casos de corrupção — sem citar as suspeitas expostas pela CPI da Covid — e voltou a jogar a culpa pela atual crise econômica no colo de governadores que tomaram medidas de contenção do coronavírus.
Os chefes dos Executivos estaduais também foram citados quando Bolsonaro comentou a alta no preço dos combustíveis:
— Reconhecemos o preço alto para poder aquisitivo de vocês, mas quando se fala de gasolina e álcool, veja o quanto seu governador está cobrando de ICMS, em especial o de São Paulo, que aumentou ICMS em plena pandemia — declarou o presidente, em nova crítica ao governador paulista, João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência.
Governadores como Doria, no entanto, comumente defendem nas redes sociais que o ICMS não teve a alíquota alterada nos últimos anos. Ainda assim, o governo federal, com apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer alterar a incidência do imposto sobre os combustíveis, o que deve impactar o caixa dos Estados.