Em fala inicial à CPI da Covid, nesta quinta-feira (5), o ex-assessor especial do Ministério da Saúde Airton Antônio Soligo, conhecido como "Cascavel", que atuou durante a gestão de Eduardo Pazuello, declarou que foi um "colaborador eventual" da pasta antes de ser contratado. Em 2020, a imprensa revelou a atuação informal do empresário no ministério.
Após a denúncia, Pazuello nomeou o amigo como assessor especial, cargo que ele ocupou de junho do ano passado a março de 2021. De acordo com Soligo, ele conheceu Pazuello durante sua atuação na Operação Acolhida. Sobre a chegada ao ministério, afirmou que inicialmente foi convidado para ser assessor por 10 dias pelo então ministro Nelson Teich, que logo saiu do cargo, quando Pazuello assumiu e o nomeou.
Soligo declarou que quando chegou à pasta, sua função não era de "especialista de saúde", mas de interlocução, atuando de forma institucional na relação com o Congresso Nacional e com os municípios. Questionado, disse se sentir preparado para o cargo.
— Sinto que estava preparado para essa função — disse. — Nunca vi um secretário municipal ou estadual me condenar, diziam inclusive que eu ajudava.
Destacando sua atuação no parlamento, o depoente afirmou que "muito mais que um empresário", ele se considerava um servidor público. Cascavel disse que dedicou mais da metade da vida ao serviço público.
— Fui prefeito municipal aos 24 anos, fui deputado constituinte, presidente da Assembleia Legislativa do meu Estado, vice-governador, presidente do conselho deliberativo do Sebrae, presidente da companhia de desenvolvimento, deputado federal pelo PPS, e na Câmara, fui presidente de duas comissões — declarou, afirmando ter exercido todos esses cargos pelo seu Estado, Roraima.