- O empresário Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, fala nesta quinta-feira à CPI da Covid do Senado.
- Soligo teria atuado informalmente durante meses no Ministério da Saúde, sem vínculo com a administração pública, na gestão de Eduardo Pazuello.
- Depois disso, foi nomeado assessor especial da pasta, cargo que ocupou entre junho de 2020 e março de 2021.
- Autor do requerimento para ouvir o empresário, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) aponta que gestores estaduais e municipais consideravam que Soligo era o "ministro de fato" da Saúde.
O que ele disse até o momento
- Soligo declarou que foi um "colaborador eventual" da pasta antes de sua contratação. Em 2020, a imprensa revelou a atuação informal do empresário no ministério.
- Sobre a chegada à pasta, afirmou que inicialmente foi convidado para ser assessor por 10 dias pelo então ministro Nelson Teich, que logo saiu do ministério, quando Pazuello assumiu e o nomeou.
- Declarou que, quando chegou à Saúde, sua função não era de "especialista de saúde", mas de interlocução, atuando de forma institucional na relação com o Congresso Nacional e com os municípios.
- Soligo disse à CPI que Eduardo Pazuello não lhe terceirizou competências, e que sua nomeação demorou, entre outros fatores, por conta da documentação: "Quando fui providenciar os documentos, faltava a desvinculação do cargo de administrador de uma pequena empresa que tenho, fui solicitar essa mudança e os cartórios estavam fechados, levou mais uma semana de atraso", disse.
- O empresário afirmou que atuou em uma mediação que objetivava "pacificação" do Instituto Butantan para compra da coronavac pelo governo federal: "Fui mandado para São Paulo na função de interlocutor, era necessário, naquele momento precisávamos de vacinas e o Butantan tinha 6 milhões, precisávamos construir esse diálogo, retornar esse diálogo para que isso viesse a acontecer".