O diretor-presidente do FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Júnior, falou à CPI da Covid nesta quarta-feira. A empresa teria dado a garantia ao negócio fechado entre a Precisa Medicamentos e o governo federal para a compra da vacina indiana Covaxin — o contrato acabou sendo cancelado por suspeita de irregularidades.
A carta de fiança do FIB Bank, no valor de R$ 80 milhões, fazia parte do processo para aquisição de 20 milhões de doses do imunizante a US$ 15 a unidade.
Ramos negou ter relações comerciais com Marcos Tolentino, apontado como "dono oculto" da empresa, e com o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. O depoimento levantou suspeitas na CPI de que Ramos seria apenas um administrador "laranja" da empresa, já que disse desconhecer alguns dos principais personagens da negociação e não soube informar dados da própria empresa que preside.
Ele ainda negou relações da FIB Bank com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Outra inconsistência exposta no início do depoimento foi sobre a carta de fiança para a compra da Covaxin. A FIB Bank havia encaminhado à CPI o documento com a data de 17 de março. No depoimento, o diretor informou uma data diferente — 17 de fevereiro — e foi acusado de fraudar o conteúdo encaminhado anteriormente à comissão.
Além disso, supostos sócios da FIB Bank acionaram a Justiça alegando não terem participação na empresa.