A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (7) uma operação para combater suspeitas de fraudes em licitação, crime eleitoral e contra a administração pública, além de organização criminosa em Riozinho, no Vale do Paranhana. Cerca de 20 agentes cumpriram três mandados de busca na cidade e em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
A investigação começou no final de 2019 e envolve a última gestão, além do ex-prefeito entre 2012 e 2016 — que também foi candidato nas eleições de 2020.
O trabalho foi conduzido pelo delegado Vinicios do Valle, titular da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Segundo ele, são três fatos apurados. O primeiro é sobre suposto pagamento de propina a integrantes da Secretaria de Obras na gestão passada. Uma empresa de extintores de incêndio de Novo Hamburgo teria repassado dinheiro para integrantes da pasta com o objetivo de obter mais contratos na gestão municipal de 2016 a 2020. O secretário de Obras na época era Gilceu Pretto e o prefeito (a) era Valério Esquinati (PMDB), que é funcionário de carreira do executivo.
Outro delito investigado envolve possível fraude na contratação de empresa do ex-prefeito Airton Trevizani da Rosa (PSB), que atuou na gestão 2012/2016. O delegado Vinicios diz que, depois de deixar o cargo, a empresa do ramo de assessoria de comunicação do político foi responsável pelo setor da prefeitura nos últimos quatro anos. Por fim, a polícia apura compra de votos na campanha de Rosa para chefe do executivo de Riozinho em 2020.
— Temos vários indícios e são três investigados, um ex-prefeito, um ex-secretário de Obras e um empresário. O objetivo agora é ver se tem mais envolvidos e apurar valores durante a análise do material apreendido — diz Vinicios.
A Polícia Civil não divulga nomes, contudo, ressalta que não tem investigação contra o atual prefeito. Alceu Pretto (PDT) diz que foi surpreendido nesta manhã com os agentes na cidade que tem pouco menos de 5 mil habitantes.
— Vou me inteirar dos fatos e destaco que, se houve irregularidade, que os responsáveis sejam punidos. Não temos nada a esconder e lamento esse momento triste da nossa cidade — ressalta Pretto.
Contrapontos
GZH apurou os nomes dos envolvidos na suspeita de irregularidades e enviou mensagens, além de ligar para Rosa, ex-prefeito e candidato nas últimas eleições, mas aguarda por retorno. GZH também ligou para a prefeitura de Riozinho e aguarda retorno após tentar contato com o ex-prefeito Valério Esquinati, que foi da gestão 2016/2020 — quando houve a compra de extintores e a contratação da assessoria de comunicação suspeitos.
GZH ainda tenta contato com o ex-secretário de Obras, da gestão passada, Gilceu Pretto. O nome da empresa de extintores, de Novo Hamburgo, não foi divulgado.