Manifestantes voltaram às ruas em diversas cidades do País, neste sábado (24), em protestos contra a gestão de Jair Bolsonaro e a condução do governo durante a pandemia. Em Porto Alegre, o ato começou por volta das 15h, no Largo Glênio Peres, Centro Histórico da capital.
A manifestação começou a se deslocar pela região central pouco antes das 16h. A passeata ocupou vias como Salgado Filho, Duque de Caxias, João Pessoa, Venâncio Aires, Aureliano de Figueiredo Pinto e João Alfredo. Por volta das 17h45min, os manifestantes chegaram ao Largo Zumbi dos Palmares, ponto final do ato. Um caminhão de som, que acompanhava a manifestação, estacionou no local e serviu de palco para algumas lideranças de movimentos sociais e políticos discursarem.
Além do impeachment do presidente, o protesto cobrava vacina para todos, auxílio emergencial, mais investimentos em saúde e educação, entre outras questões. Críticas à reforma administrativa também marcaram o ato.
No ato havia bandeiras de partidos de esquerda, de movimentos sociais e do Brasil. Um cartaz de uma manifestante dizia: "Vamos resgatar nossa bandeira, nosso país". Além das bandeiras, cartazes e faixas com os dizeres "Fora Bolsonaro" eram constantes. Balões dourados foram utilizados para lembrar as 548 mil vítimas de covid-19 no país, marca que foi atingida na última sexta-feira (23).
Havia diferentes grupos de bateria e percussão ao longo do trajeto, relacionados a diferentes organizações. Cada um puxava músicas e palavras de ordem — geralmente, pedindo a prisão do presidente ou sua saída do governo. Também havia uma ala que utilizava panelas como percussão.
Em diferentes trechos, a reportagem observou moradores de prédios incentivarem os manifestantes. Uma cena que se repetia: da janela de seu apartamento, alguém gritava "fora Bolsonaro" e era ovacionado pelos manifestantes. Alguns veículos também buzinavam em sinal de apoio.
A reportagem de GZH não localizou manifestantes sem máscara. Muitos dos participantes do protesto usavam PFF2. A maioria respeitava o distanciamento, embora houvesse grupos caminhando mais próximos uns dos outros. A manifestação foi pacífica e não houve registro de incidentes.
Este é o quarto protesto nacional contra o presidente nos últimos dois meses. O último foi realizado há três semanas, após denúncias sobre corrupção na compra de vacinas contra a covid-19 ganharem força.
Em capitais como Rio de Janeiro, Recife e Salvador, os atos iniciaram ainda pela manhã, com concentração e caminhada dos manifestantes. As mobilizações tiveram novas adesões após a ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de condicionar as eleições ao voto impresso no País.