O presidente Jair Bolsonaro admitiu, nesta sexta-feira (23), que o governo não tem apoio no Congresso para aprovar a proposta de emenda à Constituição do voto impresso, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), na Comissão de Constituição e Justiça. Mesmo assim, afirmou que já conta com os R$ 2 bilhões necessários para financiar a alteração no sistema eleitoral na previsão orçamentária de 2022.
Bolsonaro reiterou críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que teria persuadido parlamentares a se opor ao projeto.
— Essa bandeira sempre foi defendida por 90% dos parlamentares. Por que, de uma hora para outra, alguns mudaram de opinião? Depois de receber a visita do presidente do TSE e também integrante do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. De modo que se colocar em votação hoje, não passa — disse em entrevista à Rádio Grande FM 92,1, de Dourados (MS).
O presidente novamente questionou a validade de resultados de pesquisas que indicam queda da aprovação do governo e crescimento das intenções de voto em Luiz Inácio Lula da Silva, principal antagonista de Bolsonaro no horizonte eleitoral de 2022. Aproveitou para defender o voto impresso, que, na visão dele, deveria ser apoiado pela esquerda também.
— Se, segundo o Datafolha, o Lula tem 49% das intenções de voto no primeiro turno, eu acho que eles deveriam aprovar o voto impresso, auditável e seguro, que é a garantia de que o Lula vai ganhar — completou.