Nesta semana, a CPI da Covid deve seguir ouvindo pessoas ligadas ao governo federal. Estão marcados para os próximos dias os depoimentos dos empresários Carlos Wizard e Francisco Emerson Maximiano e do deputado estadual do Amazonas Fausto Vieira dos Santos Junior (MDB).
O depoimento de Santos Junior está previsto para a terça-feira (29). Ele foi relator da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa amazonense em 2020.
Já o empresário Carlos Wizard deve falar à comissão na quarta-feira (30). Ele integraria o chamado “gabinete paralelo” de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro. Após faltar à primeira convocação, a CPI pediu à Justiça condução coercitiva e retenção do passaporte do empresário. Ele retornou ao Brasil nesta segunda-feira (28).
A convocação de Wizard foi solicitada por meio de requerimento apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que julga ser essencial "esclarecer os detalhes de um 'ministério paralelo da saúde', responsável pelo aconselhamento extraoficial do governo federal com relação às medidas de enfrentamento da pandemia, incluindo a sugestão de utilização de medicamentos sem eficácia comprovada e o apoio a teorias como a da imunidade de rebanho".
Já foram aprovados requerimentos para quebra de sigilo bancário, telefônico, telemático e fiscal do empresário.
Na quinta-feira (1º), a CPI ouve o depoimento de Maximiano, que é sócio da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou as negociações de compra da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Barath Biotech. Ele não prestou depoimento na semana passada pois estaria cumprindo quarentena após retornar da Índia.
Requerimento
Nesta segunda-feira, diante da nova frente de investigação da CPI da Covid, que quer apurar suspeitas de irregularidade em contratos de compra de vacinas, o vice-presidente da comissão no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para prorrogar os trabalhos da CPI por mais 90 dias.
O pedido, já protocolado, precisa da assinatura de 27 senadores. Com prazo inicial de 90 dias, a comissão atualmente está programada para encerrar-se no dia 7 de agosto. Randolfe classificou esse prazo como insuficiente e afirmou ser "imperativo" prorrogar as atividades.
Notícia-crime
Randolfe e mais dois senadores protocolaram nesta segunda-feira no STF uma notícia-crime contra Jair Bolsonaro. Eles querem uma apuração sobre o suposto crime de prevaricação, que teria sido cometido, segundo os senadores, quando o presidente não determinou uma investigação das suspeitas de irregularidades relatadas na compra da vacina indiana Covaxin.