Após apontar o governo Jair Bolsonaro como responsável pelas mais de 490 mil mortes na pandemia, se defender das acusações que levaram ao seu impeachment, bater boca com o senador Flávio Bolsonaro e prometer revelar fatos "gravíssimos" em sessão sigilosa, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel encerrou seu depoimento à CPI da Covid.
Ainda restavam 12 senadores inscritos para interrogar o governador cassado, mas, protegido por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Witzel resolveu encerrar sua oitiva.
— Senador Girão, o depoente vai se retirar — interrompeu o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), enquanto o senador governista Eduardo Girão (Podemos-CE) se manifestava e elaborava perguntas a Witzel.
Aziz lembrou da decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do STF, que concedeu ao ex-governador o direito de não comparecer à comissão.
— E ele (Witzel) acabou de me comunicar que quer se retirar da sessão e a gente não pode fazer absolutamente nada — comunicou o presidente da CPI, encerrando a sessão.
Witzel se comprometeu a repassar mais informações à CPI, desde que possa depor de forma sigilosa. O pedido foi feito aos senadores durante a oitiva nesta quarta-feira (16).
Aziz afirmou que iria analisar como esse segundo interrogatório poderá ser conduzido. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) chegou a sugerir que a conversa acontecesse logo na sequência da sessão pública, mas Witzel pediu que o segundo depoimento fosse realizado em outro momento, para que ele possa comparecer mais bem preparado.