O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou nesta terça-feira (4) que a estratégia de testagem em massa planejada durante sua gestão não foi levada à frente pelos sucessores.
— Em março iniciamos todo o processo, fizemos pool de laboratórios, uma série de parceiros, para construirmos toda a lógica de testagem, disparamos processo de aquisição. E depois soube que essa estratégia não foi utilizada. Era maneira muito clara nossa estratégia, testar, testar — afirmou Mandetta, em depoimento na CPI da Covid.
— Em março de 2020, iniciamos o processo de compra de 24 milhões de testes. Vimos pararem muitas coisas e não colocarem nada no lugar. A testagem é uma delas — completou.
Um pouco antes, Mandetta refutou a alegação de que, sob sua gestão, o Ministério da Saúde orientou a população a não procurar hospitais quando houvesse sintomas leves de covid-19. O questionamento foi feito pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL). Mandetta classificou a informação como parte de uma "guerra de narrativas".
O ex-ministro da Saúde disse que o contexto era de início da pandemia, quando não havia muito casos registrados de covid-19 no Brasil, muito menos a transmissão comunitária.
— O que havia eram pessoas em situação de insegurança, pânico — disse Mandetta, citando ainda que a estratégia em epidemias por viroses é evitar aglomerações.
— Tenho visto essa máxima ser repetida, e tenho percebido que é mais guerra de narrativa, todas as orientações são para dar entrada pelo sistema de saúde— respondeu Mandetta.