O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou, nesta sexta-feira (19), a abertura de um inquérito para investigar a conduta do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) no Instituto Médico Legal do Rio (IML). A apuração vai analisar se houve desacato e crime de infração de medida sanitária no comportamento do deputado.
Na terça-feira (16), depois de ser preso pela Polícia Federal, Silveira foi conduzido ao IML para corpo de delito. Ele resistiu ao uso de máscara e discutiu e apontou o dedo para uma funcionária. O deputado também chegou a dizer que, se a mulher pedisse mais uma vez, ele não colocaria a máscara.
Em imagens divulgadas pelo portal G1, Silveira aparece xingando a funcionária.
- A senhora é policial, eu também sou polícia, e daí? Eu sou deputado federal, e aí? - questiona.
Em seguida, o deputado chama a mulher de "folgada".
O pedido para analisar o comportamento de Silveira foi feito por Alexandre de Moraes na quinta (18). O ministro do STF enviou um ofício à PGR para "adoção de providências cabíveis". Nesta sexta (19), o vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros pediu a abertura do inquérito. Ele solicitou depoimentos tanto de Silveira quanto de testemunhas e autoridades envolvidas no episódio no IML do Rio. Moraes autorizou, portanto, a abertura da investigação.
Também nessa sexta, a Câmara aprovou a manutenção da prisão de Silveira por 364 votos favoráveis e 130 contrários. Ele está detido desde terça, após divulgar vídeos ameaçando os ministros do STF e fazendo apologia ao regime militar.