Em seu primeiro dia de trabalho no ano, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (11) que os esforços de imunização contra a covid-19 são uma questão coletiva e não individual. Recuperado da doença, Mourão reforçou que tomará o imunizante de acordo com o grupo prioritário em que se encaixa e "sem furar fila".
— Eu acho que a vacina, ela é para o país como um todo, é uma questão coletiva, não é individual. O indivíduo aqui está subordinado ao coletivo — disse, em conversa com jornalistas, nesta manhã.
A fala vai na direção oposta a declarações do presidente Jair Bolsonaro, que tem minimizado os esforços internacionais de imunização e colocado em dúvida a eficácia dos produtos. O chefe do Executivo também já negou que tomará a vacina com o argumento de que já teve a doença.
Ao contrário de Bolsonaro, Mourão manteve a posição favorável ao imunizante mesmo agora, depois de ter testado positivo para a covid-19 no fim de 2020.
— (Tomarei a vacina) Dentro da minha vez. Eu sou grupo 2, de acordo com o planejamento (do governo). Não vou furar a fila, a não ser que seja propagandística — declarou.
O plano nacional prevê uma primeira etapa de vacinação de grupos prioritários, que somam 49,6 milhões de pessoas, como profissionais de saúde e idosos. Pela idade, Mourão, que tem 67 anos, se encaixa na fase dois do plano.
Insumos
Mourão comentou ainda sobre os estoques de seringas e agulhas, alvo de polêmica na semana passada.
— Os Estados têm material para iniciar a imunização e o governo federal pode fazer a requisição de seringa e agulha e complementar aquilo que for necessário — disse o vice.
Na última sexta-feira (8), após uma tentativa fracassada de compra, a Saúde informou à indústria nacional que a requisição administrativa dos estoques dos itens não atinge produtos que já estavam negociados com Estados, municípios e o Distrito Federal. O recuo da pasta ocorreu após o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), impedir que a requisição travasse as agulhas e seringas compradas pelo governo de São Paulo.
Nesta segunda-feira, o vice-presidente também elogiou a atuação de profissionais de saúde no combate ao coronavírus. Ele lamentou as mortes pela doença, que já ultrapassam 203 mil, mas destacou que o país conta com mais de 7,5 milhões de brasileiros recuperados.
— O que é a realidade é que a nossa medicina está salvando mais de 97% das pessoas que são contaminadas. Infelizmente tem esse número elevado (de mortes) — finalizou.