Saindo de um período de isolamento, após ter sido diagnosticado com a covid-19, o vice-presidente Hamilton Mourão falou nesta segunda-feira (11), em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, sobre o início da vacinação contra o coronavírus no Brasil. O vice também criticou a "discussão política" envolvendo a imunização no país, principalmente entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro.
— Houve uma discussão política entre o nosso governo e o governo de São Paulo em torno dessa questão da vacina, que eu acho que foi extremamente prejudicial (...) O Doria avançou o sinal. Ele sempre quis se colocar como se fosse o amigo da ciência, da saúde, e o governo federal fosse o inimigo — disse Mourão.
— Isso leva a uma tensão que não foi boa para ninguém — concluiu.
Na entrevista, Mourão também comentou a notícia, divulgada na semana passada, de que o laboratório Pfizer ofereceu ao governo brasileiro, ainda em agosto, a possibilidade de comprar um lote de 70 milhões de doses da vacina contra a covid-19, com entrega prevista para dezembro de 2020.
Segundo o vice-presidente, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, teria manifestado a ideia de gravar a próxima reunião com representantes da empresa. Mourão disse que o objetivo seria evitar "gerar dúvidas na população".
— Há sempre aquele disse me disse em uma reunião dessa natureza. E depois, quando abrem-se as portas da reunião, cada um fala o que melhor lhe aprovar — disse o vice.