Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, reagiram ao ataque do ministro do Ricardo Salles, do Meio Ambiente, a Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. Na quinta-feira, Salles chamou Ramos de "Maria fofoca".
Os parlamentares ainda apoiaram o ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação do governo federal com o Congresso.
Na manhã deste sábado (24), Rodrigo Maia disse em seu perfil no Twitter que Salles está destruindo o meio ambiente do país e o próprio governo.
"O ministro Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo", afirmou.
Já Alcolumbre afirmou que o ataque do ministro do Meio Ambiente "apequena o governo e faz mal ao Brasil".
"Sem entrar no mérito da questão, faço duas ressalvas. 1. Como chefe do Legislativo, registro a importância do @MinLuizRamos na relação institucional com o Congresso. 2. Não é saudável que um ministro ofenda publicamente outro ministro. Isto só apequena o governo e faz mal ao Brasil", escreveu Alcolumbre em sua página no Twitter.
Interessado na reeleição no Senado, Alcolumbre está alinhado com o governo e tem atuado como articulador dos interesses do Executivo. Ramos tem o apoio de Alcolumbre e já foi inclusive elogiado pelo senador em outras oportunidades.
Responsável pela articulação política com o Congresso, Ramos protagoniza o mais recente atrito dentro do governo, que já ocorria nos bastidores e foi tornado público nesta semana após Salles usar as redes sociais para se posicionar.
De um lado, Ramos conta com o respaldo de membros do centrão e a ala militar. Já Salles tem como apoio a chamada ala ideológica do governo e o próprio filho do presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O conflito entre os dois ministros se baseia na desconfiança de Salles sobre a atuação de Ramos para derrubá-lo do cargo.
Diante das dificuldades orçamentárias da pasta do Meio Ambiente, Salles soube que Ramos teria articulado com o Ministério da Economia maiores recursos para as pastas da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional. Os dois ministros estiveram na sexta-feira (23) juntos do presidente Jair Bolsonaro em evento militar, que foi seguido de um almoço com demais membros do governo.
Enquanto o chefe do Executivo atua para pôr panos quentes na relação de seus chefiados, os dois ministros combinaram conversar pessoalmente em um compromisso futuro, mas ainda sem previsão de ocorrer.